tinha sido um cinema um dia. agora é só um galpão com vestígios. poltronas de madeira e couro emendadas umas nas outras e empurradas prum canto do salão.
uma das folhas da porta de correr fica semi-aberta à tarde. nessa metade, colocam dois freezers e vendem picolés. faz muito calor e os picolés são um sucesso.
tanto calor que é impossível fazer qualquer coisa que não seja sair pela casa catando as moedas perdidas, montar na bicicleta e pedalar até o galpão pra pedir um de groselha. e outro logo na sequência, pra chupar na volta.
o sol carimba o rosa-choque de groselha na minha boca de menina e nunca pareço pálida. modelo as panturrilhas pedalando o dia todo sob o sol do centro-oeste. quando caio, levanto, assopro e continuo.
* o díptico Como aprender o que acontece na normalidade das coisas é de Sara Ramo, artista da vez submersa na piscina-galeria
3 comentários:
um post atlético-infanto-brejeiro-tropical.
E bonito sempre.
Beijo
Lucas
até e até.
maria, tu é linda!
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