no seu gigante engano de moleque comprido, magro e musculoso, você acha que tem o que me ensinar. e eu faço de conta que aprendo, pra não perder tempo e te aproveitar melhor.
quando me levou pra pescar, a gente de rabo-de-cavalo e jeans dentro das galochas, perdi o medo dos sapos e me anunciei a mais ágil e sortuda pescadora que você já havia conhecido. teve orgulho de mim e um pouco de inveja.
na casa da sua tia (seis refeições de roça por dia, animais abatidos na hora e biscoitos brilhando no forno a lenha) dormimos em camas separadas. crucifixos sobre as cabeças, cortinado guardando o espírito.
tudo que precisava era fingir obediência, acreditar na família, fazer a cena diplomática e, no meio da tarde, ir colher flores no pasto.
te laçar pelo cabelo trilha adentro.
o mato.
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