naquele prédio envidraçado a vizinha sapateia sobre nossas vidas e nos sentimos esmagados, o gato tem neuroses múltiplas e nós somos os culpados, o ralo cheira a bueiro e nos rouba o prazer do banho. somos a falência, mas continuamos tentando.
um dia a mãe derruba uma porta em busca de drama, o pai finge de mudo debaixo da cama, a comida acaba e a gente não percebe, entra água pela janela e o gato bebe. acabamos de saber que é hora de ir embora, mas ninguém se atreve.
Um comentário:
que bom que voltou! tinha dado saudade.
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