terça-feira, julho 21, 2009

clube silêncio


já que viemos incompletas, capadas, destituídas
olhando para eles com espanto, inveja e resignação

no hay mujer

quando montamos no selim da bicicleta
no colo de um tio
na cela, num galho
um vão livre, abismo para encaixes múltiplos

no hay mujer
se nos tampamos e destampamos 
com ampolas de algodão de cordõezinhos azuis
que jamais devem escapar pelo biquini

no hay mujer
que se vasculham com os dedos
cabos e chuveirinhos melancólicos

no hay mujer
diante de um pau qualquer

nem acompanhada, admirada
declamada, ou possuída

com ou sem banda,
só hay mujer só


* portuñol cretino + memórias de mulholland drive e do livro 'patu a mulher abismada', de ana lucia lutterbach holck 

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