chorinho de água de coco

no sujinho (consolação way) existe um peixe-picanha simulador de sonhos de verão.

chega-se ali de vestido ou camisa safári e improvisa-se, diante do peixe, uma praia que por descuido vem com som de ônibus no lugar de ondas.

com uma ou duas cervejas, as embreagens dos carros se convertem em maré, os azulejos batem nos óculos e refletem mar azul, o ventilador imita brisa.

dali para a calçada, o ser pós-peixe terá de lançar mão de slides interiores para esticar o veraneio. como aqueles da infância de minha mãe no clube umuarama da pampulha, anos 60. projeções de bolas coloridas, outros azulejos e irmãs mergulhadas no cloro da piscina.

pós-peixe e pós-slides, ele vai contar então com uma bóia de pneu como transporte para não mais ter que pisar na calçada cinza.

flutuando, há de encontrar uma casa de sucos e outra de carimbos. e quando o tempo virar como sempre acontece em são paulo, os braços se arrepiarão e as caras vão parecer debochar de seu verão inventado, mas ele não se dará por vencido, já que é novembro de lua grande e a cidade em breve desaparecerá na areia.

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imagem molhada de simone pazzini, mi siboney preferida e em cartaz na piscina-galeria ali embaixo