Pernas e braços pendendo tão longos que se poderia dizer que ali estava um sujeito prisioneiro de seus mebros. Esparramava-se cidade afora, os olhos espremidos de desassossego e os passos muito maiores do que qualquer outro par de pernas poderia um dia vislumbrar.
Chegava ele a se impressionar quando sua descompostura não fazia torcer pescoços mais distraídos.
Vivia dias abortados de traz pra frente e o remédio era fazer da soma das horas uma fábula interminável de si próprio. Com o equilíbrio comum de pêndulos desconcertados, o destemido homem-membro desfiava sem pressa ou dor o tempo. E tudo isso porque lhe faltava uma melhor ocupação.
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