Por causa de um curso, ultimamente tenho freqüentado a Floresta. As aulas são de noite, e o que eu faço é chegar um pouco mais cedo e aproveitar uns minutos pra me encostar na parede de fora do bar da esquina. E reparar.
A poucos minutos da minha casa, virei um ser deslocado entre bicicletas e beldadesinhas despretensiosas que me amolecem os nervos ao atravessarem as ruas com menos pressa do que as horas de hoje em dia parecem permitir. Lá não conheço as calçadas, nem a caixa da padaria, nem os anúncios eternos pregados nos postes.
Meus olhos ainda estão afoitos de estranhamento e com isso arrumei um descanso temporário do desprazer que é o olhar viciado. A novidade tem brilhado pra mim em miudezas como garrafas empoeiradas que se amontoam por trezentos anos nas prateleiras mais altas do bar e canelinhas finas de meninos saindo esbaforidos do treino de futebol. Sobre estes últimos digo que quase não tem nada melhor de se ver. E falo muito sério.
Na Floresta ainda posso sentir as juntas e as tripas sendo apertadas com candura de um jeito que eu ia esquecendo que é possível e esse aperto me agrada muitíssimo.
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